"Este blog é dedicado a todos que admiram e que procuram saber um pouco mais sobre as técnicas que compõem a Medicina Tradicional Chinesa, que são: Fitoterapia, Acupuntura, Dietoterapia, Tui Na e Exercícios Terapêuticos. Aqui falaremos sobre diversos temas que englobam saúde, estética, alimentação, atividade física, dentre outros assuntos."

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Valorize a Fisioterapia Já!

Caros amigos, segue abaixo um e-mail que recebi sobre a valorização do Fisioterapeuta, acredito que muitos são ou conhecem algum entre os amigos ou até mesmo na família. Qualquer dia desses perguntem sobre como é a profissão e se esse profissional está satisfeito com vida de Fisioterapeuta!

Temos alguns exemplos entre nossos conhecidos que se deram bem e se destacaram, viraram professores, montaram clínicas, estúdio de pilates, trabalham em grandes hospitais ou centros de reabilitação, mas até mesmo esses passaram momentos difícies e conseguiram se superar, e que tal lembrarmos também dos que não conseguiram ainda o sucesso esperado? Dos que investiram durante anos em uma boa formação, daqueles que tentam por amor a profissão lutar por um ambiente mais justo e digno ou até mesmo lembrarmos daqueles que estão prestes a se formar. Enfim, mais do que nunca precisamos nos unir cada vez mais, e acho que esse e-mail que recebi demonstra um pouco da indignação de cada um de nós fisioterapeutas.

(Cópia do e-mail)

Encaminho-lhes o e-mail que redigi ao sr José Roberto Borges, presidente do CREFITO7 (Bahia e Sergipe) falando um pouco sobre a situação do fisioterapeuta nessa área, e peço-lhes que ENCAMINHEM, para que possamos tentar mudar um pouco nossa realidade!!!

Olá sr. José Roberto Borges

Sou fisioterapeuta formada a 1 ano e resido em Salvador.
Estou completamente envaidecida pelos progressos que estou tendo com meus pacientes, com o grande valor que a fisioterapia agrega à comunidade, tornando-se então uma área INDISPENSÁVEL, em todos s aspectos da saúde. Procurei me especializar e realizar grandes cursos, como pós graduação (em finalização), Formação em Pilates, RPG, entre outras pequenas atualizações como simpósios, congressos, etc...
Porém estou da mesma forma decepcionada com o andamento da fisioterapia como PROFISSÃO na Bahia, a qual é de sua responsabilidade fiscalizar e organizar para que tenhamos remuneração justa e condições mínimas de trabalho. Recentemente recebi uma "proposta de trabalho" de uma clínica em Salvador, que me oferecia R$ 650,00 por 54h de trabalho (seg a sabad, das 08 às 19h). Como achei um desrespeito, não aceitei e ficando perplexa com a situação, comecei a pesquisar sobre isso.
Ficamos a mercê de donos de clínicas, centros de estética, que oferecem pouco mais de 1 salário mínimo, sem direito algum, nem benefícios (nem ao menos transporte) em longas horas de trabalho, e esse valor só vai cada vez mais diminuindo, com a implantação desses sites de compras coletivas que a cada dia oferecem mais serviços a preço de banana.
Para por um ponto final na minha indignação, fui em busca de concursos em aberto e mais uma vez, vi que o absurdo se repete:

Prefeitura de Cachoeira R$ 800,00 por 40 horas de trabalho!
Prefeitura de Riachão do Jacuípe R$ 750,00 por 20 horas.
Prefitura de Dias Dávila R$ 744,88 , por 30h
Prefeitura de Santo Amaro R$ 1615,00 por 40 horas (enfermeiro e odontólogo  R$ 3187,00 e nutricionista R$ 2170,00  /40h)

Sinceramente, sr Roberto, tive uma graduação que custou R$ 900,00 e a pós custa R$ 390,00 / mensais, totalizando R$ 69.360,00 investidos em 7 anos de formação (Graduação, pós e cursos). Paguei recentemente R$ 500,00 a Crefito e R$ 600,00 à prefeitura pelo ISS, e agora tenho que escutar que vou receber  800,00 por mês me sujeitando em 44 h de trabalho semanal?? Por favor sr, te peço em nome de milhares de fisioterapeutas que passam por essa situação diariamente, que fiscalize, exija, faça valer o imposto que pagamos anualmente, nos ofereça condições mínimas na nossa profissão!!

Att e aguardo não só resposta, como MUDANÇA JÁ!

Mayana Moura Lopes Sousa Pereira

Fisioterapeuta




Para completar as situações expostas acima pela colega, quero expor a que passei.

Em Outubro de 2010 fui convidada por uma colega, também fisioterapeuta, a substituir outras 02 fisioterapeutas em determinados dias da semana, para que a clínica não ficasse em falta com os pacientes. A diária era de R$ 25,00. Recém-formada e desesperada por uma experiência na área, eu aceitei. Depois, essas 02 fisioterapeutas optaram por sair da clínica por não concordarem com a proposta colocada pela dona da clínica que também é fisioterapeuta a mais de 15 anos. Ela informou que não poderia mais manter 01 fisioterapeuta pela manhã e 01 a tarde (sendo que além dessas 02 fisioterapeutas ainda trabalhava aquela colega minha durante os dois turnos, entrando pela manhã e saindo a noite), que agora ela só poderia manter 01 fisioterapeuta com o salário de R$ 1.000,00 , com a carga horária das 07:00 as 19:00 (não paga vale-transporte e muito menos auxílio-refeição, e sem expectiva se assinar a carteira de trabalho; não existia nehuma pausa durante o dia, nem para ir ao banheiro ou beber água, e nem mesmo para almoço). Inicialmente, disse que ficaria por que essa colega minha trabalhava assim e pensei que, até aparecer outro emprego melhor, seria uma ocupação. Na primeira semana me senti um "faz de conta" como profissional. O atendimento não era de qualidade, não porque não queríamos, mas sim porque atendíamos 4 pacientes a cada meia hora, e muitas vezes a recepcionista incluia pacientes extras sem nos comunicarmos, sem conferir a agenda, e atendíamos até 6 pacientes em meia hora. Chegava em casa decepcionada. Uma outra colega queria experiência, e ela começou a ir todas as tardes pra mim, e eu trabalhava só pela manhã. No fim do mês cada uma recebeu um xeque de R$ 500,00. Conversei com a dona da clínica e saí de lá. Essa minha colega continua lá até hoje, quanto a outra, não sei.

Essa conscientização precisa começar por cada um de nós. Essa experiência me mostrou o quanto o próprio fisioterapeuta se submete e influencia a outros a fazerem o mesmo justificando as dificuldades do mercado. Como pode uma fisioterapeuta, dona de uma clínica, submeter a outros profissionais a essa situação? Como pude eu aceitar e me deixar levar pela conversa que "emprego ta difícil", "é melhor esse do que nenhum"?

Assim como a colega, eu também rogo por essas mudanças e pela conscientização de cada profissional!!!

Manuele Silva Coelho
Fisioterapeuta
(Fonte: e-mail)